terça-feira, 6 de abril de 2010

E o mar está para peixe!




E o mar está para peixe!
Acho que este pensamento me domina desde que cheguei aqui em Dublin, logo que senti o frio europeu na saída do aeroporto. Precisei me bloquear do frio e foi com a motivação de que aquilo era pouco, aquilo não chegava nem a ser barreira.
E é mesmo, acho que isso é uma coisa que devo alertar: Não existe frio no Brasil, isso aqui não se compara com as nossas “brisas”. Se bem que nunca fui para a região sul do país, como Porto Alegre e região…
Bom, como nunca fui dos mais otimistas do planeta, confesso que por essas bandas o positivismo me dominou. Sinto-me diferente, positivo, com fé, crente nas coisas que me rodeiam. Aliás, ontem chegou o meu cartão do banco e agora posso falar para o mundo inteiro que EU TENHO CONTA NO EXTERIOR! Sou chique no úrtimo mesmo.
Mas a notícia feliz do momento não é essa, até porque apesar da conta no exterior não tenho a mínima pretensão de me tornar rico nesta viagem, se chegar a conseguir “um qualquer” confesso que será por pura coincidência do acaso. A notícia boa é que todo esforço tem sua recompensa, ele tarda algumas vezes, mas dificilmente falha, e como prova essa semana recebi um convite de meu ilustre professor e orientador, agora também mestre em educação, Mario Nunes para reescrever minha monografia para uma provável publicação em livro sobre os trabalhos orientados pelo mesmo. A chance de ter meu trabalho publicado em livro é coisa não sonhada anteriormente nestes 26 anos de minha existência, e que me alegra muito por saber que meu maior empenho em época universitária rende frutos dois anos após sua “concretização”.
E isso que vou lhes dizer eu não sabia, devo a descoberta à minha mais nova parceira intelectual (exceto pelo fato de não gostar de cebola) Van, que me disse que existe uma frase popular que diz que “na vida uma pessoa precisa alcançar três coisas para encontrar o caminho da realização na vida: (1) Plantar uma árvore; (2) Escrever um livro e (3) Ter filhos”.
E embora exista a possibilidade de meu texto não ser aprovado ou no mínimo ser todo recortado e todo editado, tenho a chance de sair como colaborador de uma obra literária, o que por direito já me concluí a tarefa de número 2. Restariam então ter filhos e plantar uma árvore, pois o pé de feijão plantado nas aulas de ciências sociais (nossa como eu sou velho) no primário não vale.
Bom, como o mar está para peixe, tenho que falar que a angústia da procura por emprego aqui em nosso prédio está dia-a-dia mais branda, primeiro foi nossa “neguinha” Nicolle recrutada para cuidar dos pentelhos alheios, depois nosso brother Macarrão, convocado para ajudar a organizar a balada irlandesa com os menores preços de biritas na terra do Bono e agora a adorável (sou puxa saco mesmo) Camis, que após um grande lance de criatividade brasileira (os cartões) foi indicada para um Au Pair após completar um bom serviço. Hoje fiquei muito feliz com a mensagem do Basa e do Tom, sobre o emprego na 3M, mas que infelizmente era o dia internacional do idiota do escritório, conhecido também como 1° de Abril, dia da mentira.
Mas nem tudo é a favor da onda, temos alguns poucos imprevistos mas que não chegam a desanimar, na verdade são testes para vermos o quanto estamos preparados ou agüentamos. Essa semana tivemos o término do horário de inverno e agora estamos exatamente 4h00 à frente do horário brasileiro, e não mais três, o que dificulta um pouco o contato com minha mãe, irmãos e amigos, só não com aqueles que ao invés de trabalhar ficam ligados o tempo inteiro nos MSNs, Skypes e Orkuts da vida!
Outro ponto negativo, mas que será facilmente solucionado é que no mesmo dia de minha doce e farta Páscoa – pois ganhei um Big Easter Egg from meu irmãozinho T.Basaglia - expirou o prazo de meu visto inicial, e agora ilegal posso estar sendo procurado neste exato momento pelo “Seu Garda”, mas ficarei nesta situação ilegal o mínimo possível, eu “agarantio”.
Mas voltando ao que eu estava falando, as coisas boas e positivas, o mar está pra fish e nesta última Sexta-feira, da Paixão, nosso almoço coletivo me fez lembrar tempos áureos de minha família e do poder que algumas tradições exerciam sobre os lares, nossas crenças (é bom relembrar o passado e as coisas boas que aconteceram nele). Deixamos os peixes recebidos pelo Grande Querubim descongelando na pia, compramos uns camarões, um salmão para cada um e wualá (Aliás, como não ser fã de uma alguém que se irrita MUITO com os meus demasiados atrasos mas que mesmo assim guarda com todo carinho uma fatia de salmão? Me digam como não se encantar com um coração assim?)! E aí da minha mãe se souber que eu comi todos os tipos de peixes da mesa sem mesmo pensar nos espinhos e quais eram os tipos!
E isso é mais um ponto diferencial ao falar da minha convivência na Europa, eu acho que em muitas famílias, pelo menos na minha, algumas tradições vêem deixando de ser costumeiras. Tá certo que os filhos crescem, criam seus laços mas mesmo assim eu acho que algumas tradições são muito importantes para união, compreensão e fortalecer os laços antigos e novos. Bom, não vou filosofar sobre isso, família mexe com sangue, espírito e escolhas talvez não bem entendidas por nós nesse plano, mas só sei dizer que fizemos aqui na Europa, nos divertimos e aproveitamos o momento com uma família que conhecemos a cerca de 1 ou 2 meses, então o porque não fazer com as nossas famílias de sangue, em nosso país de origem.
Boa noite!
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• Parceiro Intelectual são aquelas pessoas que conhecemos em que não se é preciso de muito tempo ou um longo papo para se perceber que em determinados assuntos vocês possuem exatamente o mesmo ideal de significado, o que os lhes traz prazer em discutir determinados assuntos, pois rápida e inesperadamente os dá maior afinidade sejam por concordâncias ou discordâncias harmônicas.

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