quarta-feira, 24 de março de 2010

2 semanas e Leprechaum!




Ah... o primeiro passeio.
Acho que agente passa tanto tempo no Brasil fazendo sempre os mesmos roteiros e as mesmas coisas que tenho a impressão de que a Europa faz com que a vontade de ser mochileiro e descobridor do mundo se aflore.
É muito simples por sinal, pegamos algumas anotações de lugares conhecidos, pegamos dois ônibus, fomos até o ponto final e lá nos perdemos e perguntamos, nos perdemos e perguntamos até nos acharmos perdidos em um maravilhoso lugar onde talvez agente não tivesse a intesão de chegar. Tá certo que no Brasil, e em São Paulo mais especificamente, se fizessemos o mesmo talvez nos perderíamos em alguns extremos como o Jd. Mitsutani (Z/S), em Taipas na (Z/N), em Cotia na (Z/O) ou em Cidade Tiradentes (Z/L).
Mas aqui fomos parar em terra maravilhosa, na pequena cidade de Wicklow, com muito verde, estradas pequenininhas embora asfaltadas, pontes, fazendas e uma deliciosa e friorenta cachoeira.
Acho que esse é o momento mais oportuno para falar da galera que conheci aqui. Talvez possa culpá-los por sentir pouco saudosismo de minha cidade natal, pois em vários momentos aqui o que eu me lembro mais são das pessoas que faziam parte da minha vida rotineira, e essa galera é bem “firmeza” também.
Acho que estamos no mesmo barco e aí não nos ajudamos simplesmente por simpatia ou por tempo de relacionamento, é pelo fato de se ferrar com as mesmas coisas, de termos vontades, objetivos e dificuldades semelhantes. Nesse momento fica até engraçado o jeito como conhecemos pessoas especial nessa vida, não? Nossa, como existem pessoas que “batem com os nossos santos” e podemos chamar de irmão ou irmã, parceiro ou de fio, “fióte” e outras coisas. Pois é, aqui já me sinto bem “a lá vonte” com a rapaziada.
Às vezes comentamos que isso parece um reality show (isso, isso... vocês entenderam o BBB), mas a diferença é que aqui é mais reality do que show, pois brigamos de verdade, somos “brothers” de verdade, contamos uns com os outros de verdade, as vezes dependemos do outro de verdade, nos divertimos juntos de verdade e vibramos pelas conquistas dos outros - principalmente quando um consegue emprego - de verdade.
E tem uma coisa, parece que toda vez que você disser que já passou de TUDO nessa vida, pode ter certeza que logo-logo a vida vai te trazer uma coisa nova por qual você conhecia, ou já havia ouvido falar mas que NUNCA tinha passado. E eu já tive amigo, irmão, primo de tudo “conté” jeito mas acho que nunca na vida alguém me pegou na balada (como se fosse pelo braço) e me mostrou exatamente como se faz a “parada”. E se isso for servir de brincadeira pois sou devagar, bonzinho e educadinho já aviso logo que não foi uma aula de como pegar mulher numa balada em Dublin, e sim como se divertir! Mas não vou entrar em detalhes pois vai que algum dia eu conheça um Irish e aí então nunca mais brasileiro anda pras bandas de cá. Ah, a pessoa a quem devo a honra, não só do fato de me ensinar mas que me deu uma puta aula de como ensinar uma pessoa acanhada a se soltar é meu parceiro Tom. Acho que mais um parceiro intelectual que ganhei em meu currículo (PS: parceiro intelectual não pela música sertaneja e sim pelo N’Sync, Lenny Kravitz, Jota Quest e outros por aí...).
Ah... O São Patrick, puta que o pariu! Eu saí do Carnaval de SP e vim curtir aqui essa festa maluca, sou muito sortudo mesmo, não?! Tudo bem que eu passei meu carnaval no maior perrengue, pois só tinha meus suados e contados Eurozinhos para vir pra cá, em Baile Atha Cliath. E tudo bem também que o St. Patrick’s é legal pacas, mas nem de longe chega no nível de produção e profissionalismo da Sapucaí, de Salvador, de Recife ou do Anhembi. Mas mesmo assim tem uma coisa que é muito importante se ressaltar, muita, muita, muita, muita, muita, muita e muita gente bebendo e eu me pergunto como é possível não ter visto nenhuma briga,? Muita gente se divertindo, uma grande sujeira, mas no dia seguinte tudo funcionando como se nada tivesse acontecido! Eu recomendo sim essa festa, aliás, recomendo a Europa e sua educação, sua baixa taxa de criminalidade. Hoje no ônibus vi um rapaz (caixa baixa – uma espécie de maloca, trombadinha daqui, mas que não rouba sabe? Já viu um desses?) que entrou no busão e deixou sua mochila no andar de baixo, num lugar específico (descobri nessa hora pra que servia aquilo) para colocar malas, a mochila tava cheio de coisas pelo volume mas eles subiu para o segundo andar do busão sem preocupação nenhuma e ninguém, eu disse NINGUÉM pegou a mochila do rapaz e desceu do ônibus, eu sou paulista minha gente... nunca que eu faço um negócio desses nem aqui nem na... na... na... na China.
Bom... é isso! É muito bom estudar por aqui! Quando entrei na faculdade para fazer minha carteirinha de estudante me deu uma grande vontade de ficar por aqui e fazer uma pós ou uma outra graduação de tão gostoso que deve ser estudar pra essas bandas, mas foi passageiro viu, pois quando fui no McDonalds e não entendia o que a balconista perguntava a sensação de ser burro aos 26 anos retornou! E cá pra nós... se você não consegue pedir um hambúrguer com queijo ou sem queijo, imagine só uma aula na faculdade?

sábado, 6 de março de 2010







Ah meu Deus.... cheguei em Dublin!
Nem acredito que já estou tão a vontade aqui... parece que estou fazem semanas e o que mais me preocupa são os problemas comuns da galera que está aqui!
Problemas de afinidade, problemas com a divisão de comida, problemas com a situação financeira individual de cada um... É exatamente nessas horas que eu vejo as grandes diferenças, e também dificuldades, que tenho devido minhas experiências sendo irmão caçula de 4 filhos, numa família de 6 pessoas. E digo que há dificuldades pois ser caçula, agora sim enxergo, tem seus mimos.
Bom, a viagem!
Puta que o Paris, se tivesse dinheiro abriria uma concorrente do aeroporto de Barajas-Madrid, como eles atendem mal! Tem o lado “mágico” da primeira viagem ao exterior, os sintomas de atravessar o oceano pela primeira vez e ainda após 14 horas de vôo, mas o aeroporto é lindo, imagino que deva ser um dos maiores do mundo. Chegamos 55 minutos antes do embarque para a saída da conexão para Dublin e acreditem, só conseguimos chegar em cima da hora no avião. Para se ter uma idéia do tamanho deste aeroporto, para chegar do outro lado tivemos que pegar um trem subterrâneo e descer “na primeira estação” {{{FOTO}}}... e para se ter a outra idéia, cada brasileiro dos 10 ou 12 que conhecemos chegaram de formas diferentes.
As pessoas! É muito bom conhecer gente nova que está em busca de sonhos e objetivos semelhantes aos teus... esses na foto são Anieli, de Porto Velho-RO e o casal Pri e Gui, de Piracicaba-SP, que conheci no avião e já dividimos a primeira aventura desta jornada na terra dos Lacucaracha.
Minha recepção foi animadora! As mosqueteiras e o Bel me esperando, van a disposição e fui levado até nosso endereço.
Foi exatamente no momento em que cheguei é que percebi realmente a quantidade de Brasileiros na Irlanda... pois neste prédio, de 5 andares, 5 quartos por andar, 9 camas em cada, haviam somente 5 ou 6 estrangeiros não-brasileiros no prédio todo.
Logo no primeiro dia fui recebendo as “regras de ouro” (metanóia em meu intercâmbio) para a sobrevivência em grupo. Dias de usar a máquina de lavar, meus dias de lavar o banheiro, passar aspirador no corredor, limpar o quarto e muitas e muitas outras!
No meu segundo dia... o primeiro pois não podemos contar o primeiro como um dia! Saímos para a escola onde eu iria me apresentar, solicitar informações e dar início à minha documentação estrangeira. Na volta pois... acordei atrasado e melei a aula da Camis e do Tomanick, que por sua vez me monstraram as lojas chaves para comprar roupas na Irlanda e a diferença entre a Diesel daqui e os preços absurdos resultantes dos impostos brasucas! É claro que me chamou muita a atenção um banner que avisava o preço do Xbox na loja por 129 euros... é melhor até não lembrar os 1.600 reais pagos em meu Xbox e também nos 700 reais da venda do mesmo em minha despedida brasileira (que por sinal o Bira e o André ainda não me pagaram).
O McDonalds... a não consegui evitar! O Mac aceita a carteirinha de estudante e pagamos, ao invés de 10 euros, 5 por um Big Mac!
Matei a curiosidade sobre a pergunta que não calava na minha cabeça (Será que é o mesmo sabor???)..... e a resposta é, tcha-nã-nã-nam... SIM. É o mesmo sabor! A ÚNICA diferença é o catchup que é um Heinz!
Bom, não poderia ficar de fora o ônibus e o sistema Irlandês... só de opções aqui que ouvi falar temos, o busão de dois andares, o bonde muito do chique, um trem para ir para outras cidades e o Dart que é um tipo de metrô... O mais incrível é que os busões não tem cobradores e basta fazer um “piiiii” depois que você passar o cartão que sua passagem está paga.... imagina se estamos pensando em alguma forma de burlar o “piiiii” já que passar por baixo é impossível quando não há catracas!
Bom... é muita coisa nova pra escrever e detalhar... deixo mais para os próximos posts.
Inté...

Um agradecimento especial para:
Minha mãe – Que me ensinou muitas regras de ouro desta vida!

Meu Pai e irmãos – Pela troca de experiência que me possibilitou esta aventura.

Camila – Por me motivar a vir para a Irlanda e ser minha grande tutora neste mundo novo!

My people - O povo da despedida:
André e a Meire
Bira e a Marcia
Calvo e a Carol
Cidi e Joelma
Dani e a Denise
Flavio e Simara
Jaques e a Ni
Jeh e o Joca
Jojow e Monica
Ju e a Deza
Nati, Pati e Juju
Nick e a Lis
Prado
Pri Puppim
Raphinha e a Tati
Teo e a Jacky
Tico e Tati
Tom e Amarela
O Ph
O Cezar
A Julia
A Lari
O Wyll